Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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sábado, 31 de maio de 2025
Guiné 61/74 - P26870: Agenda Cultural (888): Convite para uma conversa sobre o livro "Quatro Personagens à Procura de Abril", da autoria de Luís Reis Torgal. Sessão organizada por Carlos Fiolhais no âmbito das Conversas Almedina, na Livraria Almedina Estádio Cidade de Coimbra, dia 4 de Junho de 2025, pelas 18 horas
1. Mensagem de Luís Reis Torgal, Historiador e Professor Catedrático Jubilado da Universidade de Coimbra (ex-Alf Mil TRMS do CMD AGR 2952 e COMBIS, Mansoa e Bissau, 1968/69), com data de hoje, 31 de Maio de 2025:
Caros Amigos
Apenas vos envio este convite para conhecimento e a pedido da Almedina, que me convidou para ter uma das conversas no pequeno espaço da livraria do Estádio de Coimbra.
Nem fiz escolhas entre os muitos convites que tenho num endereço de grupo. Só gosto que saibam que este livro, que é o mais pessoal que escrevi, está vivo.[1]
Infelizmente não pude aceitar os convites para o apresentar na feira de Lisboa, mas ele estará por lá.
Grande abraço
LRT
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Notas do editor
[1] - Vd. post de 1 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26639: Agenda cultural (880): Lançamento do livro "Quatro Personagens À Procura De Abril", da autoria de Luís Reis Torgal, a levar a efeito no próximo dia 8 de Abril de 2025, às 18h00, na Casa Municipal de Cultura, em Coimbra. O livro será apresentado no dia 10 de Abril, pelas 18h00, na Sede da Associação 25 de Abril
Último post da série de 30 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26865: Agenda Cultural (887): Visitas guiadas à exposição "Imaginários da Guiné-Bissau - O Espólio da Álvaro de Barros Geraldo (1955-1975)", patente de 8 de maio a 31 de agosto de 2025, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Rua da Escola Politécnica 56, Lisboa (Catarina Laranjeiro)
sábado, 17 de maio de 2025
Guiné 61/74 - P26812: Agenda cultural (884): "Livros a Oeste, Festival do Leitor", 13ª edição: "Chegados Aqui Para Onde Vamos?" - Conversa com os escritores Miguel Szymanski, Júlio de Almeida (o antigo comandante do MPLA, "Juju") e Luís Reis Torgal... Sábado, 17 de maio, às 17:00
Última dia, com a última das habituais conversas do programa, 13ª edição de "Livros a Oeste, Festival do Leitor, a decorrer na Lourinhã (13 a 17 de Maio de 2025). Intervenientes :
- Miguel Szymanski (romancista, mas também jornalista e comentador da RTP para assuntos internacionais),
- Júlio de Almeida (angolano, com um passado ligado ao exército, mas também ao Executivo de Angola, autor de dois romances publicados entre nós, à semelhança de vários outros do seu filho, o bem conhecido Ondjaki), que nos traz as suas memórias;
- Luís Reis Torgal, figura de destaque da Academia portuguesa, com um vasto e rico percurso no âmbito da História, do pensamento e do ensino.
Último poste da série > 14 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26799: Agenda Cultural (883 ): "Livros a Oeste | Festival do Leitor", Lourinhã, 13 a 17 de maio de 2025: a 13ª edição está a decorrer, sob o lema "A História é Uma Encruzilhada"
sexta-feira, 11 de abril de 2025
Guiné 61/74 - P26677: Humor de caserna (198): Carlos Fabião, um oficial duplamente superior, grandalhão e brincalhão (António Novais, ex-fur mil trms, Cmd Agr 2951, Cmd Agr 2952 e Combis, Mansoa e Bissau, 1968/70)
Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Bambadinca > CIM > c. 1971/73 > A nova força africana... O major inf Carlos Fabião, na altura, comandante do Comando Geral de Milícias, e o gen Spínola, passando revista a uma formatura de novos milícias.
Fonte: Autor da foto: desconhecido. In: Afonso, A., e Matos Gomes, C. - Guerra colonial: Angol,a Guiné, Moçambique. Lisboa: Diário de Notícias, s/d. , pp. 332 e 335.. (Reproduzidas com a devida vénia).
(**) Último poste da série > 30 de agosto de 2018 > Guiné 61/74 - P18965: (De)Caras (115): O Carlos Fabião que eu conheci (António Novais Ribeiro, ex-Fur Mil Trms, Cmd Agr 2951, Cmd. Agr 2952 e Combis, Mansoa e Bissau, 1968/70)
terça-feira, 1 de abril de 2025
Guiné 61/74 - P26639: Agenda cultural (880): Lançamento do livro "Quatro Personagens À Procura De Abril", da autoria de Luís Reis Torgal, a levar a efeito no próximo dia 8 de Abril de 2025, às 18h00, na Casa Municipal de Cultura, em Coimbra. O livro será apresentado no dia 10 de Abril, pelas 18h00, na Sede da Associação 25 de Abril
Caro Amigo, Colega e Camarada
O meu livro "Quatro personagens à procura de Abril" tem como origem a minha mobilização para a Guiné em 1968-1969 e, entre essas duas "personagens" (como lhe chamo, num título pirandelliano), estão o Padre Mário de Oliveira e o então Major Carlos Fabião. Estou certo que lhe interessa e ao seu blogue. Por isso lhe envio os dois convites para a apresentação do livro.
Grande abraço
Luís Reis Torgal
SINOPSE
As personagens a que se refere o título deste livro são pessoas reais com que o autor contactou como leitor, cidadão ou militar na «Metrópole» e na Guiné: Luís de Sttau Monteiro, do domínio da literatura e também da política; Santos Simões, da política mas também da cultura; Mário de Oliveira, da religião mas também da política; e Carlos Fabião, da área militar e política, que o autor seguiu nos caminhos infindáveis da Descolonização e da construção da Democracia.
São personalidades por vezes esquecidas ou só episodicamente lembradas, porque acompanharam a vitória de Abril, mas também foram, de modo diferente em cada caso, vencidas, pelos princípios que assumiram, pelo seu carácter e temperamento, pelas circunstâncias e pelo tempo.
SOBRE O AUTOR
Luís Reis Torgal
Professor catedrático aposentado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, foi fundador do Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra – CEIS20. É Sócio Honorário da Academia Portuguesa da História.
Foi professor convidado de várias universidades, escolas superiores e instituições de cultura, entre outras: em França, onde foi directeur d'études invite da École des Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris; na Inglaterra, em que foi visiting professor da British Academy na University of Birmingham; no Japão, na University of Foreign Studies de Quioto; e no Brasil, em que é doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Tem-se dedicado a diversos temas desde o século XVII ao século XX, especialmente no âmbito da História Política e das Ideias, da História da Universidade, da História da História e da Teoria da História. Recebeu vários prémios e foi-lhe concedida, em 2016, a medalha de Mérito em Ciência pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Na Temas e Debates, publicou:
- O Liberalismo (coord.), vol. 5 da História de Portugal, dirigida por José Mattoso;
- História da História em Portugal (em colaboração);
- António José de Almeida e a República (em colaboração);
- O Cinema sob o Olhar de Salazar (coord.);
- História… Que História?;
- Essa Palavra Liberdade… Revolução liberal e contrarrevolução absolutista (1820-1834);
- Brandos Costumes…. O Estado Novo, a PIDE e os Intelectuais (coord.); e
- Vigias da Inquisição, distinguido em 2024 com o Prémio Joaquim Veríssimo Serrão, da Academia Portuguesa da História – Fundação Eng.º António de Almeida.
(Textos com a devida vénia a WOOK)
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Nota do editor
Último post da série de 1 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26638: Agenda cultural (879): Congresso Internacional "Das Guerras ao Pós-25 de Abril - Os Militares em Territórios em Conflito", que decorrerá no Anfiteatro III da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa de 2 a 4 de Abril de 2025 (Mário Beja Santos)
terça-feira, 21 de março de 2023
Guiné 61/74 - P24157: O nosso livro de visitas (218): Luís Reis Torgal, conhecido historiador e professor catedrático jubilado da Universidade de Coimbra: "por vezes passo os olhos pelo blogue, fui alf mil trms, Cmd Agr 2952 e COMBIS, Mansoa e Bissau, 1968/69"
Por vezes passo os olhos pelo blogue, porque estive na Guiné em 1968-1969 (oficial de transmissões do Comando de Agrupamento 2952, de Mansoa, e do COMBIS), tendo regressado, a convite da embaixada de Portugal em Bissau, por duas vezes.
Grande abraço
Luís Reis Torgal
Luís Manuel Soares dos Reis Torgal (Coimbra, 14 de Janeiro de 1942) é oriundo da Beira Baixa e foi um professor universitário português, lente de História da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Actualmente intervém na área de História do Estado Novo. (...)
Licenciou-se em História em 1966, doutorou-se em 1978 e tornou-se catedrático em 1987. Leccionou disciplinas de História Moderna e Contemporânea e de Teoria da História na Universidade de Coimbra.
Em 2010 declarou publicamente que a decisão do governo português abolir 4 feriados (dois civis e dois religiosos) foi muito mal organizado e uma trapalhada completa e ilegítima. (...)
É coordenador de investigação do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20). Foi director da Revista de História das Ideias e da revista Estudos do Século XX. (...)
É primo do prelado D. Januário Torgal Mendes Ferreira.
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Nota do editor:
Último poste da série > 17 de dezembro de 2022 Guiné 61/74 - P23887: O nosso livro de visitas (217): Pedro Galriça, filho do ex-cap art Fernando Manuel Jacob Galriça, cmdt da CART 1647 / BART 1904 (Bissau, Quinhamel e Binar, 1967/68)
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
Guiné 61/74 - P18965: (De)Caras (115): O Carlos Fabião que eu conheci (António Novais Ribeiro, ex-Fur Mil Trms, Cmd Agr 2951, Cmd. Agr 2952 e Combis, Mansoa e Bissau, 1968/70)
- Z - ZULU = Relâmpago (No centro cripto, passava à frente de todas as outras; grau máximo de urgência)
- O - OSCAR = Imediato (As primeiras a serem decifradas, caso não houvesse Zulus...)
- P - PAPA = Urgente (Para se fazer...)
- R - ROMEO = Rotina...(Como o seu nome indica, para ser ir fazendo...)
Olá, meu caro Luís Graça.
É sempre um gosto encontrar-me contigo…
Sobre os textos que, simpaticamente, publicaste no teu blogue sobre histórias que recolhi e/ou intervim, enquanto convivi, nos cerca de 4 meses (Mar a Jul/68), com o então major Fabião, envio-te, como combinámos, algumas alterações, que tornam o texto mais preciso.
Preferi fazer as alterações diretamente sobre o teu texto, pelo que, se assim entenderes, será só Copy/paste… Segue em anexo.
Na parte em que referes que o Fabião desenhava muito bem, acrescentei outra história, que tem que ver com o Luís de Camões, a qual merecerá ser referida, para demonstrar algumas (outras) das qualidades do homem, para além das do militar, que teve o Fabião.
Aliás, este foi, sem dúvida, o oficial superior mais marcante, pela positiva, que encontrei no meu serviço militar.
Vou ver se preparo algumas fotos e descrição de momentos vividos, que possam servir para levar a conhecimento, no teu blogue, a passagem do Agrup. 2952 e, depois, do Combis, até à nossa rendição, em Nov 1969.
Entretanto, e também como te dizia há dias, tenho elementos de referência ao Agrup. 2952, designadamente, quanto ao seu quadro de pessoal, bem como de apresentações e saídas do quadro do pessoal (mais de oficiais superiores, que foi um corropio de entradas e saídas…), isto até à extinção do Agrup., em Jan69, quando passámos para o Combis. Mas não tenho nada acerca do quadro do pessoal do Agrup. 2951 nem do Combis, este que, para além do pessoal que transitou do Agr 2952, foi dotado, a partir de jan69, com um pelotão de atiradores, de defesa imediata.
Sobre o Cmd Agr 2951, verifiquei que no blogue https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2014/04/guine-6374-p13059-comandos-de.html, não aparece, na descrição do Agrup, o seu estandarte, que tenho e que te envio em anexo.
Sobre o Combis, só tenho a imagem do crachá, que usávamos, que também te envio em anexo.
À falta de outras oportunidades de encontro, vamos servindo-nos deste meio e motivo para o fazermos.
Fica bem.
Um abraço para vós, António
Último poste da série > 19 de julho de 2018 > Guiné 61/74 - P18858: (De) Caras (117): "Meninos-soldados" ?...O PAIGC recrutava-os e dava-lhes instrução militar (Jorge Araújo)
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Guiné 63/74 - P2447: Julião Soares Sousa, o primeiro guineense a doutorar-se pela Universidade de Coimbra (Carlos Marques Santos)

O nosso Camarada Carlos Marques Santos enviou-nos um recorte do jornal Diário As Beiras de 12 de Janeiro de 2008, que transcrevemos, com a devida vénia.
Julião Soares Sousa é o primeiro guineense doutorado pela UC [Universidade de Coimbra]
Historiador e investigador guineense, especialista em História Política da Guiné e de Cabo Verde, Julião Soares Sousa defendeu ontem [, 11 de Janeiro de 2008,] com mérito a sua dissertação, intitulada “Amílcar Cabral e a luta pela independência da Guiné e Cabo Verde 1924-1973”.
Natural da Guiné, é actualmente colaborador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20), da Universidade de Coimbra (1).
Em 1991 concluiu a Licenciatura em História, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC). Seis anos depois, em Janeiro de 1997, torna-se mestre em História Moderna, também pela FLUC.
Desde 1999 que vinha a preparar o seu doutoramento, em História Contemporânea. A sua principal área de investigação é a construção do Estado nos PALOP. Porém, revela ainda um gosto por outras áreas científicas, nomeadamente, História de África, História e Cultura dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, História da Expansão, Colonialismo e Anticolonialismo.
Quanto a publicações, em 2003 lança a sua primeira obra, intitulada, “Os movimentos unitários anticolonialistas (1954-1960). O contributo de Amílcar Cabral”. Faz parte da revista Estudos do Século XX, do (CEIS20).
Publica, ainda, “Amílcar Cabral: do envolvimento na luta antifascista à manifestação de tendência autonomista no Portugal do pós-Guerra (1945-1957)”. A publicação resultou de comunicações e discursos produzidos no II Simpósio Internacinal Amílcar Cabral realizado na Cidade da Praia, Brasil, entre 9 e 12 de Setembro de 2004.
Carlos Marques Santos
ex-Fur Mil da CART 2339
Fá Mandinga e Mansambo
1968/69
2. Comentário de CV:
Congratulamo-nos, na nossa Tabanca Grande, com a existência de mais um guineense Doutor (por extenso) em História Contemporânea, formado por uma universidade portuguesa. O seu trabalho de investigação interessa-nos a todos nós que fizemos a guerra colonial / guerra do ultramar / luta de libertação na Guiné-Bissau... Daqui vão as nossas melhores saudações e os votos de uma feliz e produtiva carreira profissional (3).
Ficamos também felizes por saber boas novas do nosso camarada Carlos Marques dos Santos, natural e residente em Coimbra, tertuliano da primeira hora, camarada do Torcato Mendonça e de outros camarados nossos da CART 2339... Segundo me diz o Luís, o coraçãozinho do Carlos Marques dos Santos há tempos pregou-lhe uma partida. Felizmente que a coisa agora está "medicamente controlada", segundo ele nos diz no mail que nos enviou. Carlos, um caloroso abraço em nome desta Tabanca Grande.
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Notas de CV:
(1) Uma das linhas de investigação do CIES20 é o "Colonialismo, anticolonialismo e identidades nacionais". Responsável: Doutor Luís Reis Torgal (um dos oradores que irá estar presente no Simpósio Internacional: Guiledje na rota da independência da Guiné Bissau, tal como de resto o novo Doutor).
(2) O Doutor Julião Soares Sousa é também poeta, tendo nós encontrado um dos seus poemas na página Maktub Poemas, numa antologia de poetas de expressão portuguesa (Figura, na Guiné-Bissau, ao lado de Amílcar Cabral e de Carlos E. Vieira).O seu livro de poesia, Um Novo Amanhecer, 48 pp., foi publicado em 1996, pela Livraria Minerva, de Coimbra
CANTOS DO MEU PAÍS
Canto as mãos que foram escravas
nas galés
corpos acorrentados a chicote
nas américas
Canto cantos tristes
do meu País
cansado de esperar
a chuva que tarde a chegar
Canto a Pátria moribunda
que abandonou a luta
calou seus gritos
mas não domou suas esperanças
Canto as horas amargas
de silêncio profundo
cantos que vêm da raiz
de outro mundo
estes grilhões que ainda detêm
a marcha do meu País
Julião Soares Sousa
(Um novo amanhecer, 1996)
(3) Sobre este evento também encontrei a seguinte notícia no blogue de Eurídice Delgado Monteiro (cabo-verdiana, presumo) > Igualdade na Diferença > 11 de Janeiro de 2008 > Academia (as teses mais aguardadas)
(...) Amílcar Cabral
Nesta sexta-feira, dia 11 de Janeiro, aqui na Universidade de Coimbra, fui assistir à defesa da Tese de Doutoramento em História do candidato doutoral Julião Soares Sousa, intitulada Amílcar Cabral e a Luta pela Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, sob a orientação científica do Prof. Doutor Luís Reis Torgal.
Para além da presença sombria dos Reis de Portugal e da moderação do Vice-Reitor da Universidade de Coimbra Prof. Doutor Pedro Manuel Tavares Lopes de Andrade Saraiva, também a arguente externa Profa. Doutora Isabel Castro Henriques (Universidade de Lisboa) e o arguente externo Prof. Doutor José Carlos Venâncio (Universidade da Beira Interior) estiveram de olhos nos olhos do Julião Sousa Soares. Ainda fizeram parte da mesa do júri o Prof. Doutor João Marinho dos Santos, o Prof. Doutor A e a Profa. Doutora B.
Após oito anos de investigação científica, o Historiador e Poeta Julião Soares Sousa entrou pela Sala dos Capelos para debruçar sobre Amílcar Cabral, numa perspectiva africana (ou seja, a partir de dentro). Durante os 150 mn da prova, várias questões foram abordadas, sendo de destacar: a socialização de Amílcar Cabral; o despertar da consciência política de Amílcar Cabral; a vida literária de Amílcar Cabral; o nacionalismo no espaço ex-colonizado por Portugal; o materialismo histórico e o marxismo; o espírito unificador de Cabral; a unidade Guiné e Cabo Verde; a proximidade e as singularidades históricas da Guiné e Cabo Verde; a problemática ideológica; os problemas de liderança enfrentados por Cabral; a dessacralização dos chefes africanos; a actualidade da filosofia política de Amílcar Cabral.
Entre as novas pistas de reflexão, foram destacadas nomeadamente a importância de uma análise sobre “as representações, as interpretações e os mitos cabralianos” e sobre “o género na perspectiva de Amílcar Cabral”. Durante a arguição desta prova académica, foram destacados os pontos fortes e fracos do trabalho realizado. No final da prova, tendo respondido às questões colocadas, o candidato de origem guineense foi aprovado com Distinção e Louvor (sendo o primeiro guineense a doutorar-se pela Universidade de Coimbra e o segundo africano a doutorar-se através da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra).
(Reproduzido com a devida vénia)